Автор: Мария Кристина Франсиско
Книга "Глаза черные прошли через море" описывает историческое развитие бразильской территории, где были колонизированы земли и физически, и ментально, отпечатки колониального империализма все еще заметны сегодня в общественных отношениях. Эта книга – призыв к профессионалам различных областей знаний оценить свое восприятие ценностей вне зависимости от цвета кожи. Это форма самоопределения и признания себя, а также возможность заглянуть в работу терапевта (биоэнергетика Александра Лоуэн, синтез биосинтеза Дэвида Боадэлла, психоанализ Фрэнка Фэрруна и Неуса Сантуша Соуза, а также групповой анализ в группе Пишона Ривьера). Фокус этой работы – человеческий опыт, его индивидуальные и коллективные аспекты в этом преобразующем месте.
Эта работа рассказывает не только о рассуждениях автора, но также и о реальной жизни и физической боли, испытываемых телами и умами. Вот почему этот комментарий имеет особое значение для врачей, психологов и любых представителей медицинских профессий, которые работают с людьми, – они могут не замечать цветов, но увидят физические и духовные картины тела людей во всем его многообразии.
Электронная Книга «Olhos negros atravessaram o mar» написана автором Maria Cristina Francisco в году.
Минимальный возраст читателя: 0
Язык: Португальский
ISBN: 9788418575440
Описание книги от Maria Cristina Francisco
O corpo negro em cena na análise corporal: Bioenergética e Biossíntese O Brasil é um país racializado. Tem sua história social gravada nos espaços ocupados pela invasão colonial, dominação de povos originários, escravidão e imigração europeia. Caminhando por este grande território, percebe-se que essa história imprimiu marcas na terra, colonizou corpos e mentes, o que se traduz e se atualiza cotidianamente nas relações, na invisibilização proposital de uma parte da população. Todos participam desse sistema, negros, brancos e não brancos, e é imprescindível que se saiba disso. A ideologia racista, propagando ideias de inferioridade e subalternidade de determinados povos, atravessa a todos, embora de lugares e experiências diferentes, e os povos oprimidos (negros e indígenas) sofrem imensamente as consequências das desigualdades sociais, levando ao adoecimento físico e psíquico. A raça branca usufrui de oportunidades, mas se isenta de responsabilidades num sistema injusto.
A diáspora africana retratada neste livro, «Olhos negros atravessaram o mar», revela o impacto dos efeitos psíquicos causado pelo racismo e seus desdobramentos nas relações inter e intrapsíquicas, singularmente no povo negro.
A temática é um chamado com a intenção de sensibilizar os profissionais de diversas áreas de conhecimento para perceberem o que está inscrito para além da cor da pele. É um enunciado onde cada um precisa se reconhecer e se rever. É uma porta que se abre na esperança de elaboração e transformação do pensamento sobre valores, crenças colonialistas, e de uma possível emancipação.
Passando pelas bases teóricas da atuação terapêutica, assentadas na análise corporal de Wilhelm Reich, na bioenergética de Alexander Lowen, na biossíntese de David Boadella, na psicanálise de Frantz Fanon e Neusa Santos Souza e no grupo operativo de Pichon Riviére, é ressaltado o trabalho corporal, palco da história individual e coletiva com vistas a esse lugar transformador. Não apenas partindo da verbalização, mas tendo o corpo como elemento protagonista, morada de alegrias, sofrimento e traumas. É também mostrada uma experiência grupal no encontro de corpos negros, lugar de troca de reflexões e vivências em relação à negritude e à branquitude, que ao longo do tempo se revelou afirmativa no fortalecimento da identidade.
Nas palavras aqui registradas, é afirmado o quanto é vital que as instituições que visam transmitir conhecimento se revejam para não serem reprodutoras de comportamentos que propiciam desigualdades, injustiças, sofrimento e adoecimento.
Este livro trata do acreditar, do valor fraterno, do respeito, do cuidado para consigo e com o outro, para que se possa ter dias melhores para todos.